sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

[Resenha] O Conquistador

Sei que sextas-feiras não costumam ser dias de resenhas. A princípio, o programado era postar uma resenha segunda e outra na quinta (as resenhas desta semana podem ser acessadas aqui). Porém, na próxima segunda-feira, 20/01, é feriado em minha cidade e estarei indo viajar pelo fim de semana. Por este motivo, não postarei nenhuma resenha neste dia, então estou adiantando para hoje, a resenha que seria postada na segunda. Peço desculpas pela ausência e espero que compreendam! Agora vamos à resenha!


IGGULDEN, Conn. Conquistador. Rio de Janeiro: Record, 2012; 518 p. (O Conquistador, v.5)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Esta resenha é referente à continuação dos livros O Lobo das planícies, Os Senhores do arco, Os Ossos das colinas e Império da prata. Se você ainda não os leu, pode haver elementos desta resenha que revelarão fatos sobre a história dos livros. 


Capa - Editora Record
   Finalmente chegamos ao último livro da série O Conquistador, que narra a formação do povo mongol, desde seu início com Gênghis Khan até o seu auge com Kublai Khan, passando por inúmeras guerras, invasões e conflitos internos. Este volume, homônimo da série, narra os anos posteriores à morte de Ogedai Khan, e os vários líderes que assumiram o posto de Grande cã, até que o poder se estabilizasse na mão de Kublai. 


    Quem já leu os livros anteriores deve se lembrar que Kublai era o segundo filho de Tolui e neto de Gênghis Khan. O personagem começa a trama como um jovem erudito, um estudioso dedicado da cultura chinesa e da ainda breve história de seu povo. Em oposição ao caráter ponderado de Kublai, seu irmão Mongke é um guerreiro, endurecido pelas batalhas, possui lealdade de ferro para com seu líder e despreza veementemente a crescente influência chinesa em seu povo, cultura que ele julga "mole" e fraca. Por seus pontos de vista totalmente opostos, os atritos entre os irmãos são frequentes, ao menos até a metade do livro. Apesar disso, Mongke desempenha um papel essencial no desenvolvimento de Kublai, que o levou a chegar onde chegou. 

   Neste volume, o destaque maior, tanto na narrativa como entre o povo mongol em si, vai para os filhos de Tolui, os irmãos Mongke, Kublai, Hulagu e Arik Boke, sendo o foco narrativo dividido entre estes, Ghuyuk e Batu, que também têm alguma importância devido às elevadas posições que ocupam, e o derrotado imperador Jin. Sorhatani, que no livro anterior é uma personagem forte e presente, perde um pouco da importância após ter contribuído grandemente para a ascensão dos seus quatro filhos. 

  A despeito das questões políticas enfrentadas pelo povo, as invasões são retomadas, sendo enviados exércitos para o Oriente Médio, comandados por Hulagu, que dominam cidades como Bagdá e a fortaleza dos hassassins em Alamut; e para a China, comandados por Kublai, com o objetivo de conquistar o que ficou por ser conquistado, ou seja, o império Sung (A China era dividida entre Xixias, Jins e Sungs). As invasões proporcionam ao leitor, além de mais batalhas intensas, vislumbrar um pouco mais das duas culturas, o que é bastante interessante. Entre os personagens de destaque, Kublai é o que tem maior desenvolvimento, mostrando que além de um grande estudioso e erudito, ele também pode ser um excelente  comandante e estrategista, sendo a história de seu povo, muito útil em alguns momentos de sua campanha. 


  Como seus antecessores, este livro é muito bom. Para quem gosta de guerras e estratégias, as invasões e a guerra civil entre mongóis oferecem um prato cheio, dando ao livro um ritmo acelerado, apesar das questões políticas que desaceleram um pouco a trama, mas não são tão abundantes. Há também algumas passagens, que eu considerei desnecessárias onde o autor narra trechos passados na fortaleza de Alamut envolvendo o líder dos hassassins e um jovem problemático (Hassan), atormentado pelo primeiro. Esses trechos não contribuem em nada para a história, e não são nem ao menos interessantes de ler. Apesar disso, o livro é excelente, fechando a série com chave de ouro e deixando os leitores com saudade da vida entre este povo nômade que, contra todas as suspeitas, e a despeito de sua cultura simples e rude, conquistou boa parte do mundo com suas estratégias e modo de luta singular. 

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