segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

[Resenha] O Lobo das Planícies

IGGULDEN, Conn. O Lobo das planícies. Rio de Janeiro: Record, 2008. 420p. (O Conquistador, v.1)

RESENHA
por Juliana R. Santos

Começo dizendo que não só amei O Lobo das planícies, o primeiro livro, como também toda a série, composta de três livros narrando as conquistas de Gênghis Khan desde quando este foi abandonado na infância para morrer até sua morte, e mais dois livros passados nos anos após a morte de Gênghis até a ascensão de Kublai Khan, um dos mais conhecidos "cãs" mongóis, depois do próprio Gênghis. 

Capa - Editora Record
Este primeiro volume da série Conquistador, narra a infância de Temujin (como Gênghis era chamado na infância) com seus irmãos e família, até o início de sua ascensão rumo à liderança dos mongóis como nação. Enquanto a história é contada, é possível perceber diversos aspectos da cultura e do modo de vida das diversas tribos que habitavam a Mongólia no século XII, abordando elementos interessantes que vão desde as relações sociais e as técnicas de combate (a maioria envolvendo o arco, tão exaltados na obra) até aspectos como comida, bebida e a confecção das iurtas, as tendas onde habitavam. Neste primeiro volume, as batalhas são menores e mais simples, nada mais do que embates tribais, apesar de mostrar muito bem o estilo de combate mongol. Então se você espera ver as grandes batalhas com estratégias utilizando cavalos e arcos, pelas quais os mongóis são famosos, que os jogadores de Age of Empires II devem conhecer, talvez você se decepcione um pouco. Apesar disso, a narrativa não deixa de ser intensa, a luta pela sobrevivência de uma família sozinha nas frias planícies da região, somada ao forte desejo de vingança do jovem Temujin, tornam o livro bastante interessante. 

A narrativa é muito bem escrita, fazendo com que o leitor sinta os sentimentos dos personagens, ao mesmo tempo que vibra e torce a cada sucesso, e se lastime a cada fracasso. Deve-se levar em consideração que uma parte considerável do que foi escrito é romantizado, visto que é bastante difícil conseguir informações históricas precisas sobre este período e cultura, pois os povos mongóis não costumavam manter registros escritos como faziam os europeus e os chineses, o crescimento dos registros escritos na Mongólia começa justamente com as invasões à China, quando o povo começa a adaptar não só armaduras como também diversos costumes e técnicas chinesas. 

Um excelente livro, com uma leitura muito agradável e envolvente para quem gosta de romances históricos repletos de ação. A série continua com os título Os Senhores do arco, Os Ossos das colinas, Império da prata e Conquistador. Um começo digno para a história de um homem que uniu a nação que, com sua estratégia quase infalível e suas armas de longa distância, dominou grande parte da China, Oriente médio e leste europeu. 

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